quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

De novo coração?

    Andando pela calçada esburacada enchendo meu tênis de poeira, não consigo evitar minha vibração ao escutar pelos fones, uma música que tanto gosto, se não me engano era do The Strokes no momento...
    Como não se distrair perdida nas guitarras e acordes?! Fecho os olhos por pequenos segundos para me concentrar profundamente em devaneios inebriantes musicais. 
    Como de costume, olho para o chão e chuto algumas pedras enquanto batuco os dedos na alça da minha bolsa, como se estivesse tocando no ritmo da música.É um lugar ingrime e aberto, longe de prédios e qualquer outra coisa que atrapalhe a brisa, e por isso bate um pouco de vento, que faz balançar meu cabelo e bagunçar minha franja.  E no instante em que levanto os olhos para a frente percebo a aproximação de uma figura conhecida de moto, e aos poucos que se aproxima, percebo quem é aquela pessoa. O que está acontecendo? Do nada tudo ficou estranho, meu coração bate de forma estranha e um formigamento me sobe pelo pescoço.
    São aqueles olhos, os mesmos olhos que faziam minha respiração suar como suspiro, acelerar a frequência cardíaca e diminuir o contar dos segundos. Olhos tão profundos que eu poderia me perder por dias na escuridão daquele tom castanho. Aquele olhar era único, não tinha como confundir, e ainda estava olhando os meus olhos, e nenhuma outra direção pela fresta do capacete,  e a única coisa que consegui expressar, foi um sorriso de lado depois que a paralisação saiu por completo do meu corpo.
    Em seguida meus sentidos voltaram e eu consegui retornar minha atenção na música, mas agora eu não conseguia parar de sorrir, e mesmo tentando evitar parecer idiota para as pessoas que eu passava pela rua, não consegui me controlar e continuei a sorrir, como se tivesse me apaixonado pela segunda vez pela mesma pessoa.
    Não tem como confundir um sentimento que não se pode sentir várias vezes, eu tive que admitir à mim mesma, que aquilo tinha acontecido, mas depois eu não poderia me importar se as coisas continuassem como eram nos primeiros minutos que eu estava andando e começou a tocar Under Cover of Darkness. 
  

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"Você nunca chegará a 100% se ficar conformado com 99%"